Metamorfose Paradoxal
A Metamorfose e é transformação renovadora, o processo constante da existência e evolução dos seres humanos, a raça mais paradoxal que já existiu. E isto aqui são meras crônicas; nos sentidos mais amplos, metamórficos e paradoxais da palavra.
12 de mai. de 2013
Feliz Dia das Mães
Poema que fiz a minha querida mãezinha nesse dia especial (não é brincadeira, ela realmente gostou):
Bruxaria
Botar medo em mim
talvez fosse o modo sincero
de me dizer sem querer
que me criava com esmero
confundi-la não poderia
jamais
era uma questão de viver
a fantasia
e ser pequeno
e ter medo
e não fugir
Se era esse seu esforço
para me ver crescer valente
retribuo-te pedante, arrogante
mas ainda assim inteligente
Usando palavras trocadas,
concordância e métrica
que nada
Você bem sabe que não sei mentir direito
e que meus sorrisos são um perigo global
mas que eu nunca fiz por mal
E por mais que minha vida
na maior parte escorrida do tempo
seja criticar suas críticas
Não posso dizer ainda
que tive motivos sinceros
para fugir de você
29 de mar. de 2013
Poesia Repentina #1
Poema em Conta-Gotas
Era uma vez uma gota de chuva.
Ela caía.
Não propriamente por ser gota,
mas principalmente por ser chuva.
Caía até que o cair virou caiu.
Caiu, se espatifou e respingou, por ser gota.
Molhou por ser chuva.
Ou talvez o contrário.
Caiu entre os caracóis dos cabelos do poeta,
Que andava descalço pelo asfalto molhado.
Caiu na cabeça que formava versos de coração partido...
... e rimas de esperança sincera
Caiu e não cessou de descer,
não por ser gota
ou por ser chuva
mas por ser viva.
Viva como pedra e viva como gente
apenas um pouquinho diferente
E, descendo, entrou pela cabeça
escorreu no pensamento
virou pretensão
e acabou poema.
Na internet.
Era uma vez uma gota de chuva.
Ela caía.
Não propriamente por ser gota,
mas principalmente por ser chuva.
Caía até que o cair virou caiu.
Caiu, se espatifou e respingou, por ser gota.
Molhou por ser chuva.
Ou talvez o contrário.
Caiu entre os caracóis dos cabelos do poeta,
Que andava descalço pelo asfalto molhado.
Caiu na cabeça que formava versos de coração partido...
... e rimas de esperança sincera
Caiu e não cessou de descer,
não por ser gota
ou por ser chuva
mas por ser viva.
Viva como pedra e viva como gente
apenas um pouquinho diferente
E, descendo, entrou pela cabeça
escorreu no pensamento
virou pretensão
e acabou poema.
Na internet.
13 de fev. de 2013
Crônica de Carnaval
Primeiramente, perdoe-me por enxergar o carnaval com
olhos tão plácidos. Minha entrega ao espírito de folião nunca foi de maneira
alguma completa, por isso, uma vez mais, me desculpe.
Em segundo lugar, vamos às vias de fato: a crônica, que
já tarda em começar. Essa parte não precisa perdoar, mas seria bom também, ao
menos ao meu ego.
Enfim, uma única rua. Uma única massa agitada e alegróide
de puladores de carnaval. Oitenta e sete
por cento movidos a álcool. Outros movidos a outros vícios. O meu vício, no
caso, era a alegria e o divertimento. Não julgo se era pior ou melhor que os
dos outros. Apenas diferente. Ou igual em essência.
Não importa.
Sentimentos e sensações não importam.
Talvez um dia tenham tido importância. Talvez em uma
mente sonhadora ainda tenham.
Mas as garrafas de vidro ainda quebram ao cair no chão,
os cacos de vidro ainda cortam, os fios de eletricidade ainda são perigosos e a
ressaca é tão inevitável quanto sempre, em menor ou maior grau.
Há gritos, há berros, há gente cantando enquanto pula, há
gente gemendo enquanto cai.
Mas é carnaval e tudo e nada aparecem e se escondem. Todos
os sons são abafados pela música alta, todas as manchas na pele são escondidas
pelas fantasias, todos os olhos roxos são maquiados para que o rosto seja tão
atraente quanto necessário. Carnaval sem sexo...
E a música, essa sim, toma, por horas, o espírito da festa.
As pancadas eletrônicas e as letras ecoando pela mente, repetitivas, cativantes,
alucinantes e embriagantes. São chiclete. Chiclete sem porcaria de fruta
nenhuma. Apenas o gosto artificial, doce, grudento e efêmero. Ecoando com os
potentes alto-falantes de três trio-elétricos. Um trio de trios, como qualquer
piadista patético de momento poderia dizer para impressionar quem quer que
fosse com sua astúcia inequívoca. Provavelmente alguém do sexo oposto.
Ou não.
Hoje em dia capaz que não.
Aliás, que hoje em dia que nada. Isso é mais velho que a
história.
E uma hora a música para. Tudo têm fim, principalmente o
carnaval. Afinal, algumas coisas tem que terminar para que outras comecem.
Principalmente o carnaval.
E, sem música alta, lentamente os ânimos abaixam. E, num
instante, há apenas barulho. A cacofonia de berros bêbados, gritos grossos,
gemidos sentidos e conversas dispersas.
E todos se sentem e se relembrando e guardam e levam dentro
de si, aquelas lembranças turvas e alegres do carnaval. Com cores e sons e
beijos e líquidos. Carnes quentes vivas e bebidas geladas mortas. Tudo com
muita música.
Aquela mesma música alta que tudo abafava e tudo
embalava.
Ou quase.
A sirene da ambulância nem três trios conseguem abafar.
14 de mar. de 2012
Dia da Poesia
Sabem, não acredito em coincidências. Logo, quando descobri que hoje, pouco tempo depois de eu começar a publicar poesias neste blog, era o dia da poesia, senti que algo no universo estava me mandando uma indireta para aproveitar a data e criar outra poesia para publicar. Enfim, feliz Dia da Poesia:
"Vá, porque não devia ter vindo
Fera agonizando de desilusão
sangra o acontecer do óbvio
e revida a dor espalhando-a por mim.
Afinal nasceste fogo, paixão indesejada.
Morte tua tarda em vir
meu sofrer tarda em cessar
Esqueço-a quando posso
Peso quando lembro-a
Nunca deverias ter sido
jamais serás como se deve
e mesmo assim não sendo
tardas em deixar de ser
Escorre para o papel
escorre para onde quiser
Apenas para de roer-me onde sou mais fraco
Fábio Marmirolli
2012"
2 de mar. de 2012
De poeta a realista (ou quase)
"Leia
Escrevo-o, não lho escrevo
porque quero, penso e gosto
não me importa quem lê minhas palavras
mas tua verdade não é minha em quase nada
Traço as linhas pelo que me cabe
destrinche-as por sua própria sorte,
pois claro tudo é daqui de dentro.
Se não tem luz ou ilumina canto errado
caia no abismo e não me amole
Mas se por ventura gostar do que escrevo
não hesite em dizer-me com verdade
teus erros podem me atiçar a vaidade
Logo, se em tuas leituras me encontrar
entenda se puder, diga se gostar
do contrário, cale-se
Fábio Marmirolli
2011
De louco a poeta
"Chama
a alegria é a luz da chama
a tristeza é a solidão da chama
o medo é o tremular da chama
a coragem é a imponência da chama
a indiferença é a cor da chama
o ciúme é a intocabilidade da chama
a raiva é o queimar da chama
a agonia é a faísca da chama
a inveja é a falta de brilho da chama
o ódio é a frieza da chama
o amor não é nada da chama
afinal o amor não é parte
o amor não é fogo
Amor é a Chama
Fábio Marmirolli
2010 ou 2008"
Retorno em novo estilo
Que tal um pouco de poesia para compensar tanta prosa?
"Vermelha por fora Branca por dentro ou Minha suculenta maçã envenenada
Gosto tanto das maçãs que não provei
gosto doce, azedo, o que eu sei
seiva, sumo, sangue, coração
cravar dentes em mundana perdição
Que meus olhos não encontram com leveza,
pois o acaso as alinha com destreza
de um louco, pensativo abissal;
que meu gelo se encontre com o sal
Destruição a todo resto que me cerca,
pois não há conta de bem que se perca
para ter em mãos o fogo do dragão;
todo meu reino por mera sensação
delirar em venenosa suculência
viver no inferno por prudência
ao vácuo com contrapesos e beleza
traga minha maçã de mui vil natureza
Fábio Marmirolli
2011"
2011"
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